Biblioteca é o primeiro aparato público da região onde está localizado o Residencial Paraíso Feliz I e II (TO)
Depois de concretizarem o sonho da casa própria, as famílias do Residencial Paraíso Feliz I e II poderiam criar uma horta comunitária, produz joias sustentáveis ou implementar uma biblioteca comunitária. Esta era a proposta do MUTS - Moradia Urbana com Tecnologia Social – com apoio da Fundação BB para aplicação no empreendimento. Os moradores optaram pela biblioteca. “A escolha evidencia a preocupação da comunidade com a primeira infância e os jovens que residem naquele espaço”, afirma Aluísio Cavalcante, diretor da Casa da Árvore, entidade gestora no residencial do (MUTS).
O residencial Paraíso Feliz I e II está localizado na cidade de Paraíso do Tocantins, cidade a 60 quilômetros de Palmas (TO) e possui 309 famílias residentes com renda de até R$ 1.800. A cidade tem apenas uma biblioteca municipal, localizada no centro. Durante o autorecenseamento, os moradores apontaram que a região carece de aparelhos públicos como centros de saúde, creches, escolas e bibliotecas. “O empreendimento foi construído, mas sem nenhuma área pública, ou seja, esta foi outra razão pela escolha da biblioteca” avalia Aluísio.
A biblioteca comunitária utiliza o método Vaga Lume que se baseia no tripé estrutura-capacitação-gestão, ou seja, a entrega de recursos materiais é acompanhada da formação de pessoas e do incentivo à gestão comunitária. A proposta foi certificada pela Fundação Banco do Brasil como tecnologia social em 2009 e já possibilitou a formação de99 bibliotecas comunitárias em 22 municípios da Amazônia Legal.
A Casa da Árvore adquiriu 318 livros, realizou o curso de mediação de leitura para 22 moradores os quais estão aptos para fazer contação de histórias a crianças em processo de alfabetização. Além disso, montaram a biblioteca com estantes modulares, que podem ser deslocadas para vários espaços dentro do residencial e a capacitação da gestão da biblioteca por meio de metodologias de empréstimo de livros. “O plano de trabalho que desenvolvemos dá condições para o residencial dar continuidade a este projeto nos próximos anos”, constata Aluísio.
Projeto MUTS
O Projeto Moradia Urbana com Tecnologia Social é uma ação da Fundação Banco do Brasil para reaplicar Tecnologias Sociais (TS) em empreendimentos habitacionais de baixa renda. O objetivo é ocupar o espaço urbano como um estímulo ao espirito público e ao fortalecimento dos laços entre as famílias, ao promover os princípios de associativismo, a participação comunitária e empoderamento da comunidade.
A Fundação BB publicou em abril de 2018 o edital 2018/003 para credenciar novas instituições para realizar um trabalho de mobilização e organização comunitária por meio das tecnologias sociais, por um período de 9 meses. Este primeiro período será de trabalho e diagnóstico com os moradores dos empreendimentos. No final deste período, a instituição poderá apresentar um projeto à FBB, com o objetivo de resolução de uma demanda identificada pela comunidade, com aplicação de metodologias do Banco de Tecnologias Sociais – BTS da Fundação BB.
Além disso, o projeto pretende disseminar os princípios básicos de educação financeira para pessoas de referência da família. Para esta fase do projeto, funcionários aposentados do Banco do Brasil serão formadores voluntários para ministrar aulas de finanças, patrimônio e meio ambiente.