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Cerca de 600 pessoas, entre delegados e convidados, irão conhecer 20 exemplos de práticas sustentáveis em Alagoas e Sergipe .

A convivência com o Semiárido se torna realidade quando agricultoras e
agricultores compartilham seus saberes e assim ajudam a aperfeiçoar práticas sustentáveis. Por isso, o X Encontro Nacional da ASA (EnconASA) realiza, nesta terça-feira (19), o Intercâmbio de Experiências nos territórios de Alagoas e Sergipe.


O EnconASA é o maior espaço de debate, onde são discutidas políticas públicas para o desenvolvimento e a promoção do bem-viver dos povos da região semiárida do Nordeste e de Minas Gerais. Esta edição do evento, que segue até sexta-feira (22), tem como tema “Semiárido Vivo: por justiça socioambiental e democracia participativa”, e marca os 25 anos de atuação da ASA. 

Durante o Intercâmbio de Experiências, cerca de 600 pessoas, entre delegados e convidados, irão conhecer 20 exemplos bem-sucedidos de como é possível viver com qualidade, gerar renda, salvaguardar a cultura e preservar a biodiversidade na região. As experiências estão espalhadas por 13 comunidades dos dois estados e são protagonizadas por unidades familiares e coletivos. 

As visitas permitem aos anfitriões e intercambistas refletirem sobre timportantes para o Semiárido como, por exemplo, universalização do acesso à água, auto-organização, feminismo, valorização dos povos
originários e comunidades tradicionais, acesso à terra e ao território, juventudes e energia limpa. 

“O EnconASA tem uma linha que começa com a gente olhando para os desafios da nossa realidade e dos territórios que estamos, depois nvamos a esses territórios fazer uma imersão e conhecer boas práticas de convivência com o Semiárido. O Intercâmbio de Experiências é esse momento de conhecimento e troca”, explica o coordenador do Programa Uma Terra e Duas Águas, Antônio Barbosa.

O Candeeiro

Para que os encontros sejam produtivos, os Intercâmbios de Experiências começam meses antes com a preparação da família ou do grupo que irá receber os visitantes. Durante esse processo, técnicos e comunicadores das organizações sociais responsáveis pelo território realizam a sistematização da experiência. 

Nessa etapa, as histórias de convivência com o Semiárido são organizadas em boletins e banners, o famoso “O Candeeiro”, destacando os desafios sobretudo, as conquistas de cada personagem. Esses produtos de comunicação são estratégicos para a divulgação e a reprodução das experiências entre os povos da região.


O X EnconASA tem o apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), da Prefeitura Municipal de Piranhas, da Cáritas Francesa e patrocínio da Fundação Banco do Brasil.

Portal Interna Enconasa JPEG

 Alimentos fortalecidos por meio de Banco de Sementes, iniciativa certificada pela Fundação BB e difundida no semiárido brasileiro

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Portal   Genero

 

Projeto beneficia agricultoras na região do Polígono das Secas, com capacitações para o uso de cisternas e biogás

Resolver as desigualdades de gênero requer políticas públicas e outras iniciativas que garantam autonomia financeira às mulheres. Esse, aliás, é o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 da Organização das Nações Unidas (ONU): alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas no mundo inteiro até 2030. No Brasil, uma dessas iniciativas tem começado a gerar resultados para agricultoras do sertão Sergipano.

O projeto Mulheres em Movimento está sendo realizado no município de Simão Dias, na região do Polígono das Secas, um dos mais pobres do país. Quase metade da população de 40 mil pessoas vive com uma renda mensal de meio salário mínimo (equivalente a R$ 477 ou R$ 15,90 por dia). A vida é ainda mais difícil para as mulheres, que além das limitações materiais lidam com a dominação masculina.

Realizado pela Sociedade de Apoio Sócio Ambientalista e Cultural (Sasac) com apoio da Fundação Banco do Brasil, o projeto consistiu na reaplicação de três tecnologias sociais em pequenas propriedades rurais familiares: Biodigestor para produção de gás natural a partir de esterco animal, Cisternas de Placas para consumo e Cisternas Calçadão para produção de alimentos. Ao mesmo tempo, qualificou 30 agricultoras para atuarem como protagonistas na resolução de problemas cotidianos.

Iniciada no primeiro semestre deste ano, a ação já rende frutos. “Vou poder criar minhas ovelhas, que é um sonho antigo. Daqui pra frente é só prosperar”, declara Elenice Batista dos Santos (44 anos).

Elenice acompanhou a construção de uma cisterna de produção no seu pequeno sítio. Concluído no início deste mês, o reservatório já começa a acumular a água da chuva. Com o abastecimento, Elenice pretende ampliar o cultivo de frutas e hortaliças para melhorar alimentação da família, além de poder vender o excedente para gerar renda. “Meu marido é vaqueiro, empregado de fazenda. O que ele ganha é só pra gente comer”, explica.

Atualmente, o quintal dela tem cultivo bem diversificado, no entanto, a produção nem sempre se dá no volume esperado por causa da seca. “Aqui no meu sítio plano coentro, couve, alecrim, fava, feijão de corda, batata doce, cebola, manga, abacate, macaxeira, pinha, tamarindo, mamão e goiaba, mas é mais pra gente de casa mesmo. E quando não chove não dá. Com essa cisterna já estou vendo a possibilidade de montar minha barraquinha na feira junto com outras vizinhas aqui da região”.

Elenice também ressalta a importância do projeto focar no empoderamento das mulheres. “A gente sabe das dificuldades da família, enfrenta tudo com a mesma garra dos homens, então merecemos aprender a fazer nossas próprias melhorias e não ficar somente esperando pelo marido. Aliás, agora eles até olham a gente diferente, com mais respeito”, conta.

Joelma Tavares Santos, presidenta da Sasac, explica que a ideia do projeto nasceu da vontade de realizar ações capazes de fortalecer a autonomia feminina. “Aqui ainda existe uma cultura muito enraizada de que o homem é a cabeça da família. Mesmo conscientizando, realizando uma caminhada contra a violência todo ano, muitas mulheres continuam amedrontadas em casa, por isso começamos a pensar em como empoderá-las e assim desenhamos o Mulheres em Movimento”.

Terezinha Maria de Jesus, outra participante do projeto, lembra que muitas vezes as mulheres não podem procurar emprego porque têm filhos pequenos ou porque moram distante. “Com um projeto desses, muitas passam a ter condição de trabalhar em casa mesmo, com o que já produz e aproveitando muita coisa da propriedade, porque o ganho dos maridos é mais pra botar comida na mesa”, reflete.

Dona Terezinha, como é conhecida a agricultora de 64 anos, vive na comunidade quilombola de Sítio Alto e foi contemplada com um biodigestor que começou a funcionar no início do mês. Entre seus objetivos está o de comercializar doces junto com a filha. Com o biogás, a produção terá o custo reduzido.

O biodigestor instalado no sítio de dona Terezinha aproveita as fezes dos animais para produzir biogás, mantendo o curral limpo e evitando a emissão do gás metano na atmosfera, o que contribui para evitar efeito estufa e mantém a sanidade animal. Além disso, permite à família cortar despesas com o botijão de gás metano ou outro tipo de combustível para cozinhar alimentos.

Tecnologias sociais
O Banco de Tecnologias Sociais (http://tecnologiasocial.fbb.org.br/tecnologiasocial/principal.htm) da Fundação BB tem várias soluções certificadas com viés de gênero. São iniciativas que procuram empoderar mulheres a partir de várias perspectivas, como educação, trabalho e renda e agroecologia, entre outras. Além das tecnologias sociais, inúmeros projetos apoiados pela Fundação BB visam promover o protagonismo feminino a partir da capacitação para geração de renda.

Igualdade de Gênero  é o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número 5. No total são 17 ODS e 169 metas que estimulam ações até o ano de 2030 em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta.

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