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Iniciativa em entidade de Samambaia surgiu com o objetivo de reduzir o déficit de leitura entre crianças e jovens

 “Os jovens de Samambaia tinham um déficit no aprendizado da língua portuguesa. Liam pouco, não conheciam as obras literárias que são abordadas no Enem e nem acessavam o universo da leitura nos espaços familiares e escolares”. Com esse diagnóstico, Kelly Carvalho, voluntária do Lar Assistencial Maria de Nazaré – Lamana, elaborou o projeto batizado de “Ler e Brincar, que tal começar”. A iniciativa visa formar novos leitores entre os moradores da região admistrativa do DF, incentivar a leitura, capacitar mediadores e criar uma biblioteca comunitária.

O recurso de R$ 70 mil foi obtido em chamada interna da Fundação Banco do Brasil destinada a entidades sem fins lucrativos. A proposta foi apresentada pelo funcionário voluntário do Banco do Brasil, Antenor Fontinele de Oliveira Neto, tio de Kelly. “A nossa associação começou com muito sacrifício, fazíamos rateio entre nós para pagar as despesas fixas e hoje temos 150 crianças atendidas no contra-turno escolar, com a distribuição de cinco refeições diárias”, comemora o voluntário Neto.

Ler e Brincar, que tal começar?

“Se é ler e brincar. Então, vamos começar brincando.” Com essa motivação, o mediador Paulo Bastos apresentou o universo da leitura para as crianças e jovens, a partir de dinâmicas e jogos interativos. “Eu sorteava uma letra e depois uma palavra. Em 3 minutos, eu estimulava os participantes a citarem objetos encontrados no shopping ou no mercado, por exemplo. Desta forma, em dois meses o vocabulário das crianças já havia melhorado".

Os livros foram inseridos aos poucos, por meio da sala de leitura e da Maleta Viajante - uma proposta onde cada criança leva um livro para ler com seus pais e depois contar para os colegas na sala de aula. Também foram criadas competições de leitura, o que permitiu a criação de um concurso de redação.

Depois de um ano de projeto, sabe o que as crianças mais perguntam? "Chegou livro novo?" ou "o meu amigo pediu um livro que eu gostei, podemos emprestar a ele?" O mundo da leitura entrou na vida delas de uma forma natural e prazerosa e muitas crianças se tornaram contadores de história. O desempenho de leitura da instituição também facilitou a participação das crianças no Fórum Mundial da Água, onde produziram um mini jornal. “Eles formataram e levaram 5 exemplares para a família e a comunidade. Eles adoraram a atividade”, ressalta Paulo.

Também foi criado um passaporte de leitura, onde as crianças registram os livros que leram e opinam sobre a história. Kelly Carvalho afirma que esta ideia nasceu com os estudantes e que sente muito orgulho de todos os avanços que ocorreram em apenas um ano de projeto.

Continuidade

O sucesso do projeto mobilizou outros voluntários para participar das atividades. Este é o caso da professora voluntária Eleide, que possui formação em língua portuguesa, e tem ministrado um conteúdo mais intensivo para os estudantes do segundo e terceiro anos do ensino médio. São dois encontros presenciais e três por meio de plataforma online, que contêm conteúdos de leitura e atividades para os jovens.

“Os jovens também utilizam o celular como ferramenta de estudo. A professora insere na plataforma um plano de atividades com horários de estudo definidos e exercícios. Após a realização das atividades, ela envia a correção. Toda esta ação é um reforço para eles passarem no vestibular, e se não forem aprovados, ampliar as oportunidades no mercado de trabalho e na vida”, emociona-se Kelly.

Para dar continuidade ao projeto, a coordenadora pretende buscar novas parcerias e reconhece: “Nós estamos muito felizes porque a Fundação BB nos deu uma infraestrutura que fez nascer este projeto”.

A realização deste projeto contempla quatro Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que fazem parte da Agenda da Organização das Nações Unidas com metas para o ano de 2030.

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Publicado em Notícias