Promoção para o Dias das Mães valoriza o trabalho de mulheres da Cidade Estrutural e do Recanto das Emas
“Ver o resultado do meu trabalho transformado em brindes para um shopping center é muito bom”. Esse foi o sentimento de Maria Bertomeire Tavares, a Berta, de 49 anos, durante a entrega de 2.500 peças confeccionadas por ela e por outras 31 colegas da Cidade Estrutural e do Recanto das Emas, regiões administrativas do Distrito Federal, e que serão distribuídas durante as compras do Dia das Mães como ação promocional de um shopping de Brasília.
O responsável pelo trabalho das costureiras e confecção das peças é o Instituto Proeza, entidade que Berta conheceu a pouco mais de um mês e que tem entre tantos projetos o Reúso de Resíduo Têxtil e Produção Comunitária de Pães e Alimentos, que recebeu o apoio da Fundação Banco do Brasil, em 2018, para capacitação de mulheres que vivem situação de vulnerabilidade social.
Com retalhos de tecidos e roupas que seriam descartadas, as costureiras transformam em peças novas e garantem renda e autonomia. A entidade oferece, gratuitamente, capacitação em bordado manual, crochê, corte e costura em máquina industrial, tecelagem, tingimento orgânico, panificação, educação financeira e plano de negócios.
“Já tinha ouvido falar do projeto, mas cheguei até ele por acaso, quando fui levar uma amiga para preencher uma ficha. Foi amor à primeira vista, mas eu tinha um problema, não sabia costurar, nem mesmo pregar um botão, muito menos tinha tido algum contato com uma máquina de costura. Em um mês estou aqui, mostrando os brindes que fizemos para o shopping”, relata Berta.
Nos próximos dias, quem fizer compras no Brasilia Shopping tem a chance de levar para casa uma linda toalha canga, com estampa exclusiva, assinada pela publicitária Didi Colado. Além de Berta, Maria Zildolene Silva,
Maria Juliana das Chagas e sua mãe, a bordadeira Francisca das Chagas participaram da entrega das peças ao shopping. De acordo com a coordenadora do projeto, Kátia Ferreira, todas as participantes têm uma história de luta, mas agora sonham com um futuro promissor.
Kátia explica que com o recurso da Fundação BB no valor de R$ 300 mil, foi possível comprar máquinas de costura, oferecer cursos de corte e costura e de bordados para 68 mulheres, além de oportunizar curso de panificação e estruturação de uma unidade de produção de pães e confeitaria. O objetivo é vender os produtos na própria região e abastecer com lanche os eventos relacionados à divulgação dos produtos feitos pelas costureiras. “Vejo a felicidade estampada no rosto de cada uma, porque elas não tinham dinheiro para custear um curso de corte e costura oferecido no mercado que é muito caro. Eu explico para elas que o nosso propósito é fazer brindes para que tenham uma renda no final do mês, e que existe cliente para comprar".
Segundo Kátia, confeccionar as peças trouxe uma série de aprendizados como prazos de entrega, qualidade, comprometimento e ainda o preparo da embalagem. “Esse brinde feito para o shopping tem uma resposta a tudo isso. Algumas mulheres que atuaram nesse trabalho vão receber entre R$ 500 a R$ 1.300. Muitas estavam com aluguel atrasado e esse dinheiro vai fazer a diferença. Esse projeto é mais do que inserção econômica, ele traz as mulheres para um ciclo de convívio e amizades", conclui Kátia.
Sobre o Instituto Proeza
O Instituto já capacitou mais de 192 pessoas. A entidade também disponibiliza aulas de balé para as filhas das costureiras, oferecidas por uma professora voluntária no mesmo horário das oficinas. Uma forma de deixar as mães despreocupadas e estimuladas para o aprendizado. Também são oferecidas aulas de reforço escolar de várias disciplinas e de pré-vestibular. As oficinas de panificação tiveram a participação de jovens das comunidades com idades entre 17 a 23 anos.