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Segunda, 01 Outubro 2018 14:09

O que fazer com sobras de tecido?

Portal   reusotextil

Projeto usa tecidos que seriam jogados no lixo para dar uma nova esperança de vida a mulheres em situação de vulnerabilidade social

Duas regiões administrativas do Distrito Federal que estão entre as de menor renda - Estrutural e Recanto das Emas – começam a ter um projeto que abrange a sustentabilidade nos níveis econômico, social e ambiental.

Trata-se do projeto Reuso Têxtil, Panificação e Produção de Alimentos, iniciativa realizada pelo Instituto Proeza com o apoio da Fundação Banco do Brasil (FBB). A ideia do projeto é reutilizar retalhos de tecido e roupas que seriam descartadas para a confecção de novas peças, permitindo gerar ganhos mensais e autonomia para mulheres que moram nessas regiões do DF e vivem em situação de vulnerabilidade social.

A iniciativa oferece, gratuitamente, capacitação em bordado manual, crochê, costura em máquina industrial, tecelagem, tingimento orgânico, panificação, educação financeira e plano de negócios.
No final de julho, o Recanto das Emas recebeu as primeiras oficinas de bordado e crochê. O interesse foi grande, com 90 alunas inscritas, sendo que mais da metade das participantes foi encaminhada pela rede de assistência social por estarem em vulnerabilidade social, segundo a presidente do Instituto Proeza, Kátia Ferreira. Mais importante que a capacitação para o trabalho, as alunas constroem um espaço de amizade e confiança. “Para mim está sendo excelente, porque além da renda, ajuda muito no psicológico da gente, na autoestima", afirma Maria Juliana da Silva, de 43 anos, que já fez aulas de bordado no Instituto e agora está utilizando o projeto para aprimorar a habilidade.

Outro motivo de satisfação para as participantes é que as filhas podem frequentar aulas de balé oferecidas por uma professora voluntária no mesmo horário das oficinas. É uma forma de deixar as mães despreocupadas e estimuladas para o aprendizado. Ana Lídia é uma das alunas da turma de crochê e leva sua filha de 6 anos para as aulas de balé. Ela relata a satisfação de mãe e filha com o projeto. "Ela está gostando muito e eu posso estar perto dela, participar e acompanhar". Em breve, uma nova atividade extra curso promete trazer mais filhos para lá: estudantes voluntários da Universidade de Brasília (UnB) darão aula de reforço escolar de várias disciplinas.

Além disso, o projeto cresce e em breve serão oferecidas oficinas de panificação com a estruturação de uma unidade de produção de pães e confeitaria. Esse é um pedido que veio da própria comunidade, já que muitas mães têm como prática a produção caseira de pães e bolos. A expectativa é que a padaria venda as guloseimas na própria região e abasteça com lanche os eventos relacionados à divulgação dos produtos feitos pelas costureiras.

E tem mais! Para as mulheres aprenderem a gerir as finanças do empreendimento coletivo ou individual que surgirão após as capacitações, o projeto também oferecerá oficina de educação financeira e plano de negócios.

Produção responsável

Para viabilizar a matéria-prima para os novos produtos finalizados pelas futuras costureiras, os idealizadores do projeto articularam parcerias com empresas doadoras de tecidos e de roupas usadas para a customização e confecção de peças novas. "Conseguir resíduos como matéria-prima para o projeto é fácil. As grandes confecções têm tanta necessidade de fazer o descarte, porque não podem levar para o aterro sanitário, que estão doando e ainda oferecendo a logística para entregar", afirma Kátia Ferreira, que também é coordenadora do projeto.

Kátia pesquisou iniciativas de reciclagem de produtos têxteis e disse que a indústria da moda causa bastante impacto ambiental. No segundo lugar no ranking das mais poluentes, perde apenas para a indústria do petróleo. O impacto ocorre em toda a cadeia produtiva têxtil, com a contaminação do solo, consumo de água e de energia, emissões de gases poluentes e geração de resíduos. Em levantamento feito com confecções do DF, Kátia estima que são geradas cerca de 155 toneladas de retalhos por mês na região.

As atividades do projeto são orientadas para o reaproveitamento de materiais, inclusive no tingimento, que vai utilizar matéria-prima natural, como borra de café, sobras de legumes de feiras livres (cenoura, beterraba, cebola) e madeiras descartadas em podas de árvore. Além do baixo custo, os corantes naturais também têm a vantagem de não contaminar a água e o solo. A proposta está de acordo com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12 , que tem como tema "Consumo e Produção Sustentáveis". O ODS 12 é um dos 17 temas que compõem a Agenda 2030, adotada pelas Nações Unidas (ONU) para orientar os países a tomar medidas pelo desenvolvimento sustentável do planeta.

É do DF e quer ajudar o projeto?
Contato: Kátia Ferreira, presidente do instituto Proeza e coordenadora do projeto, telefone (61) 98209-7000
Endereço: Instituto Proeza - Quadra 200, conjunto 3, lote 5, Recando das Emas
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Box ods 12

Publicado em Série ODS
Quarta, 14 Fevereiro 2018 14:16

Quem é Gabriela?

Projeto apoiado pela Fundação BB capacita jovens e adultos do DF e Entorno em administração e controle do orçamento familiar

“Eu nasci assim, eu cresci assim
Eu sou mesmo assim
Vou ser sempre assim
Gabriela, sempre Gabriela”

Esse é um trecho de “Gabriela”, música de Dorival Caymmi que inspirou o nome do projeto “Não Sou Gabriela - Formação em Educação Financeira Comunitária”, que ensina jovens e adultos carentes a controlar os gastos, administrar de forma eficiente as finanças familiares e criar o hábito de poupança para necessidades futuras.

Recentemente, o projeto, encabeçado pela organização não governamental Programa Providência de Elevação da Renda Familiar, de Brasília, recebeu investimento social de R$ 68 mil da Fundação BB para estruturar novos cursos a moradores do Distrito Federal e de cidades do chamado Entorno, que compreende 22 municípios que fazem fronteira com a unidade federativa ou são próximos a ela.

Mas qual a relação da letra de Caymmi com o projeto? O educador financeiro Max Coelho, coordenador do projeto e formador dos educadores do curso, explica que qualquer pessoa tem capacidade de mudar o discurso da Gabriela da música, com adoção de novos hábitos como aqueles que auxiliem no controle e organização do orçamento.

Coelho explica que as turmas são formadas por quase 90% de mulheres, e que o projeto incentiva a conquista da autonomia e do protagonismo social para que elas se prepararem para o futuro. “Procuramos sensibilizar as pessoas e nunca impor nada. Nosso desejo é que eles aprendam a poupar, a reduzir custos e não a ter mais trabalho”.

O curso é dividido em três módulos: endividamento, planejamento e investimentos. Em treze encontros realizados ao longo de três meses, os alunos têm acesso a ferramentas que auxiliam no processo de reeducação financeira, com orientações sobre como elaborar um planejamento. Nele também são abordados temas como financiamentos bancários, direitos trabalhistas e consumo consciente.

Em abril, a ONG iniciará uma turma para formar educadores sociais voluntários, que serão multiplicadores ou educadores financeiros. As novas turmas de alunos têm previsão de início para maio.

Programa Providência de Elevação da Renda Familiar:

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Sustentabilidade financeira para crianças
Em janeiro, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) homologou documento para que a educação financeira integre a lista de disciplinas que devem ser incorporadas às propostas pedagógicas para crianças do ensino fundamental de estados e municípios. Também estão neste rol de matérias o ensino das Relações Étnico-Raciais, a História e Cultura Afro-Brasileira, Educação Ambiental e Educação para o Trânsito.

A divulgação deste assunto contempla três Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que fazem parte da Agenda da Organização das Nações Unidas com metas para o ano de 2030.

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Publicado em Notícias