Recurso de R$ 17 milhões permitirá acesso à água potável a cerca de 14,3 mil pessoas em nove estados do semiárido brasileiro
Em tempos de grave seca no Nordeste e no norte de Minas Gerais, a Fundação Banco do Brasil anuncia novo investimento social para garantir o acesso à água potável no Semiárido brasileiro. Serão destinados RS 17,3 milhões para a implantação de 3.588 cisternas para captação e armazenamento de água em nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. A iniciativa, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), beneficiará 14,3 mil pessoas da área rural.
Nesta quarta-feira (22), em Brasília, foi celebrado o convênio com a Articulação do Semiárido (ASA), rede formada por mais de três mil organizações da sociedade civil, que ficará responsável pela identificação e mobilização dos beneficiados, assim como a construção dos reservatórios e a assessoria técnica.
O casal de agricultores familiares Augusto da Silva, 45 anos, e Enir dos Santos, 37 anos, vieram de Montezuma (MG), para participar do evento. Eles contam com duas cisternas, uma para o consumo básico, desde 2012, e a outra voltada para a produção de alimentos e criação de pequenos animais.
"Antes a gente buscava água com balde no córrego e, às vezes, estava barrenta. Agora guardamos água da chuva para usar durante a seca." Ela destacou a importância da cisterna para produção. “A caixa ajuda muita gente porque muitos gostam de plantar hortaliças. Lá em casa, plantamos mandioca, quiabo, abóbora, laranja, limão, banana, cebolinha e alface. Cultivamos tudo o que gostamos. Temos uma alimentação saudável e não precisamos ir à feira”.
A vice-presidente da Asa, Valquíria Lima, afirmou que a parceria com a Fundação BB é muito importante para as famílias do semiárido. "Hoje celebramos não apenas valores, investimentos financeiros. É dia de celebrar vidas que serão valorizadas, resgatadas, salvas e fortalecidas."
O presidente da Fundação BB, Asclepius Soares (Pepe), afirmou que o investimento democratiza o acesso à água. "Importante ressaltar que a cisterna é construída com o envolvimento da comunidade com insumos da região. É a comunidade que constrói, e ela adquire insumos lá na região. Ou seja, além da reaplicação da tecnologia social, o investimento ativa a economia do Semiárido."
O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, comentou que a parceria entre os vários entes gera um resultado importante. "O projeto influencia a vida das pessoas. Quando há uma orquestração entre o Banco do Brasil, o Governo Federal e as entidades, nós conseguimos desenvolver um belíssimo trabalho para que as pessoas possam ter uma vida melhor."
O evento também contou com a participação de representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário e do Ministério da integração Nacional.
Água de Beber e de Produção
As cisternas reaplicadas serão divididas em dois tipos: 3.198 voltados para o consumo básico – Água de Beber, conhecido como Cisterna de Placas, que serão reaplicadas em Alagoas, Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte; e 390 relacionadas à produção de alimentos e criação de pequenos animais – Água de Produção, as Cisterna Enxurrada e Calçadão, destinadas à Bahia, Pernambuco e Sergipe. Durante o projeto, haverá capacitação de pedreiros da própria comunidade e das famílias, a fim de obterem maior aproveitamento da água potável.
Nos últimos quatro anos, a Fundação BB já implantou 80 mil unidades de consumo básico e 12 mil de produção, em parceria com a ASA. Estudos sobre os impactos positivos gerados por essa tecnologia social indicaram a redução na incidência de doenças e aumento na frequência escolar entre as crianças e os jovens.
Com a construção do novo lote a Fundação BB completará a entrega de 95,6 mil unidades, alinhadas à política pública de acesso à água do Governo Federal, correspondendo a investimento de R$ 327 milhões, nos últimos cinco anos, conforme quadro abaixo:
• R$ 191 milhões para a construção de 83,2 mil cisternas de placas - água de beber;
• R$ 136 milhões para a construção de 12,4 mil cisternas calçadão e enxurrada - água de produção, em parceria com o BNDES.
Todas as cisternas são georreferenciadas, o que garante a transparência da implantação. Além disso, são soluções efetivas e de baixo custo, cuja construção envolve a participação das comunidades e já beneficiaram cerca de 350 mil pessoas.
Tecnologia social
As Cisternas de Placas foram certificadas como tecnologia social em 2001 pela Fundação BB, com a finalidade de captar e armazenar água da chuva. Para o consumo das famílias, o sistema utilizado permite o acúmulo de até 16 mil litros, que atende a necessidade de uma família de cinco pessoas pelo período de até oito meses. O equipamento é composto por encanamento simples para recolher água da chuva nos telhados das casas e reservatório no subsolo revestido com placas.
Já para as atividades produtivas, as cisternas são de dois modelos: Calçadão e Enxurrada. As duas possuem capacidade de até 52 mil litros de água. Elas são construídas próximas as residências das famílias. A diferença é que a Enxurrada é instalada no caminho por onde passa o fluxo pluvial e a Calçadão capta de áreas em declive.
Entrega de cisternas no Semiárido brasileiro
2012 – 2016
Água de beber
R$ 180 milhões investimento social
80 mil cisternas construídas
133 municípios participantes
300 mil pessoas beneficiadas
1,28 bilhão de litros de água
Água de produção
R$ 130 milhões Investimento social
12 mil cisternas construídas
121 municípios participantes
48 mil pessoas beneficiadas
624 milhões de litros de água
Previsto para 2017
Água de beber
R$ 11,4 milhões investimento social
3.198 cisternas a construir
17 municípios participantes
12.792 pessoas beneficiadas
51,1 milhões de litros de água
Água de produção
R$ 5,9 milhões investimento social
390 cisternas a construir
6 municípios participantes
1.560 pessoas beneficiadas
20,2 milhões de litros de água
Serviço:
Assinatura de convênio entre a Fundação BB e a Articulação do Semiárido (ASA)
Data: 22/2, 14h
Local: Auditório do Edifício Banco do Brasil, 14º andar, Brasília.
A realização deste projeto contempla dois Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que fazem parte da Agenda da Organização das Nações Unidas com metas para o ano de 2030.