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As expositoras participam de projeto de reúso de resíduo têxtil que recebeu investimento social da Fundação Banco do Brasil

No ano em que a lei Maria da Penha, que pune a violência contra a mulher, completa 13 anos, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) e o Instituto Proeza se uniram para promover uma exposição com o trabalho de 80 mulheres vítimas de violência, em Brasília.

A mostra intitulada "Vidas Bordadas" ficará aberta ao público até o dia 7 de setembro, no Ministério Público, e reúne 60 autorretratos e três painéis que abordam, além da violência doméstica, o empoderamento feminino, e chama a atenção para os índices de feminicídio no país.

As artesãs bordadeiras e costureiras são atendidas no Instituto Proeza, em duas unidades, na Cidade Estrutural e no Recanto das Emas, regiões administrativas do Distrito Federal, no projeto de Reúso de Resíduo Têxtil e Produção Comunitária de Pães e Alimentos, que recebeu o apoio da Fundação Banco do Brasil, em 2017, para capacitação de mulheres que vivem situação de vulnerabilidade social.

Os retalhos de tecidos e roupas que seriam descartadas, são transformados em peças novas que garantem renda e autonomia para as mulheres. A entidade oferece gratuitamente capacitação em bordado manual, crochê, corte e costura em máquina industrial, tecelagem, tingimento orgânico, panificação, educação financeira e plano de negócios.

“A gente precisa trabalhar a autonomia, mas também a educação de gênero. A mulher que coloca o feijão na mesa rompe com a lei de desigualdade que foi pactuada lá atrás entre homens", destacou a coordenadora do Núcleo de Gênero do MPDFT, promotora de Justiça Mariana Távora, durante a abertura da exposição. Na ocasião, as mulheres atendidas no projeto fizeram uma performance, cortando uma peça de roupa bordada com frases e palavras alusivas às dores que já sentiram. O ato representou a superação dos episódios de violência vivenciados pelas artesãs, simbolicamente partidos em pedaços para serem jogados fora, como forma de repúdio.

Kátia Ferreira, diretora do Instituto Proeza fala com propriedade das dores e da transformação na vida das mulheres que são atendidas na entidade. “Elas bordaram a vida. E a vida tem lá suas dores. E, infelizmente, as maiores dores da vida são associadas a pessoas que amamos: virão na morte de um ente querido, na despedida de um amigo que vai embora para quem sabe nunca mais voltar, na perda de um grande amor, na traição de uma pessoa amada. Pode doer por muito tempo. Em alguns momentos nos perguntamos se é possível morrer de amor, saudade, ou outras coisas que a gente só sabe sentir. Elas se juntaram numa roda e falaram das dores da alma e bordaram tudo isso nesse vestido que foi cortado, fazendo de todas essas dores, pedacinhos que irão para bem longe e nunca mais voltar. A partir deste dia eles serão só retalhos, fragmentos de dor que terão outro significado: o da superação, o de que de toda queda podemos nos levantar e de que todo dia é possível começar de novo”, declarou.

A abertura da exposição, que ocorreu em 08 de agosto, contou também com a presença da atriz e ativista Luiza Brunet; da assessora da Fundação Banco do Brasil, Rosângela D’Angelis Brandão, da presidente e da diretora de comunicação e relacionamento da GPS Foundation, Viviane Piquet e Paula Santana, respectivamente.

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SERVIÇO:

Exposição Vidas Bordadas
Período: de 8 de agosto a 7 de setembro
Local: Mezanino do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2 - Etapa 1. Brasília/DF
De segunda a sexta-feira, das 12h às 18h.

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Publicado em Notícias

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Promoção para o Dias das Mães valoriza o trabalho de mulheres da Cidade Estrutural e do Recanto das Emas

“Ver o resultado do meu trabalho transformado em brindes para um shopping center é muito bom”. Esse foi o sentimento de Maria Bertomeire Tavares, a Berta, de 49 anos, durante a entrega de 2.500 peças confeccionadas por ela e por outras 31 colegas da Cidade Estrutural e do Recanto das Emas, regiões administrativas do Distrito Federal, e que serão distribuídas durante as compras do Dia das Mães como ação promocional de um shopping de Brasília.

O responsável pelo trabalho das costureiras e confecção das peças é o Instituto Proeza, entidade que Berta conheceu a pouco mais de um mês e que tem entre tantos projetos o Reúso de Resíduo Têxtil e Produção Comunitária de Pães e Alimentos, que recebeu o apoio da Fundação Banco do Brasil, em 2018, para capacitação de mulheres que vivem situação de vulnerabilidade social.

Com retalhos de tecidos e roupas que seriam descartadas, as costureiras transformam em peças novas e garantem renda e autonomia. A entidade oferece, gratuitamente, capacitação em bordado manual, crochê, corte e costura em máquina industrial, tecelagem, tingimento orgânico, panificação, educação financeira e plano de negócios.

“Já tinha ouvido falar do projeto, mas cheguei até ele por acaso, quando fui levar uma amiga para preencher uma ficha. Foi amor à primeira vista, mas eu tinha um problema, não sabia costurar, nem mesmo pregar um botão, muito menos tinha tido algum contato com uma máquina de costura. Em um mês estou aqui, mostrando os brindes que fizemos para o shopping”, relata Berta.

Nos próximos dias, quem fizer compras no Brasilia Shopping tem a chance de levar para casa uma linda toalha canga, com estampa exclusiva, assinada pela publicitária Didi Colado. Além de Berta, Maria Zildolene Silva,
Maria Juliana das Chagas e sua mãe, a bordadeira Francisca das Chagas participaram da entrega das peças ao shopping. De acordo com a coordenadora do projeto, Kátia Ferreira, todas as participantes têm uma história de luta, mas agora sonham com um futuro promissor.

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Kátia explica que com o recurso da Fundação BB no valor de R$ 300 mil, foi possível comprar máquinas de costura, oferecer cursos de corte e costura e de bordados para 68 mulheres, além de oportunizar curso de panificação e estruturação de uma unidade de produção de pães e confeitaria. O objetivo é vender os produtos na própria região e abastecer com lanche os eventos relacionados à divulgação dos produtos feitos pelas costureiras. “Vejo a felicidade estampada no rosto de cada uma, porque elas não tinham dinheiro para custear um curso de corte e costura oferecido no mercado que é muito caro. Eu explico para elas que o nosso propósito é fazer brindes para que tenham uma renda no final do mês, e que existe cliente para comprar". 

Segundo Kátia, confeccionar as peças trouxe uma série de aprendizados como prazos de entrega, qualidade, comprometimento e ainda o preparo da embalagem. “Esse brinde feito para o shopping tem uma resposta a tudo isso. Algumas mulheres que atuaram nesse trabalho vão receber entre R$ 500 a R$ 1.300. Muitas estavam com aluguel atrasado e esse dinheiro vai fazer a diferença. Esse projeto é mais do que inserção econômica, ele traz as mulheres para um ciclo de convívio e amizades", conclui Kátia.

Sobre o Instituto Proeza

O Instituto já capacitou mais de 192 pessoas. A entidade também disponibiliza aulas de balé para as filhas das costureiras, oferecidas por uma professora voluntária no mesmo horário das oficinas. Uma forma de deixar as mães despreocupadas e estimuladas para o aprendizado. Também são oferecidas aulas de reforço escolar de várias disciplinas e de pré-vestibular. As oficinas de panificação tiveram a participação de jovens das comunidades com idades entre 17 a 23 anos.

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