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Tesouras na mão e um emprego à vista
Cursos profissionalizantes dão novo rumo para mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade na comunidade de Bom Pastor, em Natal (RN)
O desemprego é uma situação que assusta boa parcela da sociedade, pois sem a garantia de um emprego fixo, muitas pessoas não têm previsão financeira para pagar as contas e manter sua moradia e subsistência. Esta situação se agrava a cada mês de espera pelo novo emprego. Uma análise de mercado de trabalho divulgada neste mês pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que o desemprego de longo prazo atinge mais fortemente as mulheres e jovens. Entre as pessoas sem emprego, 28,8% estão nesta condição há pelo menos dois anos, contra 20,3% dos homens desempregados no mesmo período. Na análise por faixa etária, 27,3% dos desempregados com mais de 40 anos insistem sem sucesso na busca por trabalho há pelo menos dois anos, mas o crescimento do desemprego de longo prazo é maior entre os jovens. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas.
Frente a este cenário, um projeto realizado em Natal (RN), busca qualificar jovens e mulheres no ramo de estética e beleza, além de desenvolver habilidades empreendedoras para este público. O projeto “Inclusão Social e Empoderamento de Jovens e Mulheres” nasceu a partir de um convênio entre a Fundação Banco do Brasil e Instituto Bom Pastor, com o intuito de oferecer qualificação profissional para um público vulnerável na região. O convênio foi assinado em outubro de 2018 e desde então passou a oferecer cursos de corte de cabelo, auxiliar de cabeleireiro, barbeiro e manicure.
Os cursos foram realizados no Centro Integrado de Atendimento a Mulher (Ciame), do Instituto Bom Pastor, e foram ofertados para capacitação de jovens entre 15 a 29 anos, mulheres, pessoas com deficiência, público LGBT ou pessoas que tenham dependentes com câncer. O intuito foi fortalecer a autoestima, o resgate da dignidade, o exercício da cidadania, a profissionalização e também para impactar socialmente na melhoria da qualidade de vida da comunidade do bairro Bom Pastor, zona Oeste de Natal.
Segundo a coordenadora do projeto, Jane Martins de Lima Nunes, a opção dos cursos surgiu a partir de uma demanda local. “Escolhemos os cursos por recebermos este tipo de pedido e para oferecermos uma oportunidade de geração de renda para o público que nos procura. Vimos neste projeto uma oportunidade de transformar vidas, empoderando essas pessoas com qualificação profissional e cidadania”, conclui.
Além dos cursos de estética e beleza e noções de empreendedorismo, Jane relata que também foram ofertadas oficinas importantes para uma cultura de paz, como prevenção da violência doméstica praticada contra mulheres, noções de direitos humanos e sociais, ética e cidadania e oficinas que abordaram os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, elaborada pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Também tivemos turmas que conferiram palestras com a equipe da Mesa Brasil sobre o aproveitamento de alimentos e oficinas de matemática e lógica, para melhorar o desempenho dos futuros profissionais. O Mesa Brasil é uma rede nacional de bancos de alimentos contra a fome e o desperdício, liderada pelo Serviço Social do Comércio (Sesc). Todos os alunos também participaram de ações sociais para praticar suas habilidades em comunidades locais, escolas públicas e associações”, relata Jane.
Ao todo, 67 pessoas realizaram os cursos, concluindo a formação de 23 novos cabeleireiros e auxiliares, 25 barbeiros e 19 novas manicures, todos com certificado. Adenilson Weslley Ribeiro Bezerra, 24, foi um dos que concluíram o curso de barbeiro. Ele já havia trabalhado anteriormente, mas estava há quase dois anos sem um trabalho fixo. Logo depois de receber o certificado, Weslley, como é conhecido, conseguiu abrir a sua própria barbearia. “O curso me ajudou muito, pois aprendi novas técnicas e as oficinas também foram muito boas”. Ele foi motivado por um amigo cabeleireiro a realizar o curso e hoje os dois trabalham juntos. “Já tenho minha clientela e a qualidade de vida melhorou bastante”, conclui o jovem que pretende se aperfeiçoar mais no ramo para abrir um estúdio de barbearia futuramente.
Já a maquiadora Joice Vanessa Domingos Moreira, 23, foi uma das participantes do curso de manicure. Ela já havia realizado cursos e estágios como bartender, mas foi no ramo da beleza que ela se viu realizada - tanto, que abriu o seu próprio salão de beleza. “Eu sempre gostei de automaquiagem, então fiz vários cursos e fui aperfeiçoando com workshops. Depois comecei a atender pessoas em domicílio e agora tenho um salão, que fica na minha casa”, relata. Ela quis complementar seus conhecimentos também como manicure, pois era um pedido de suas clientes. Além de fazer unhas, ela também trabalha com prancha, estética, design de sobrancelhas e maquiagem, com hora marcada.
Joice relata que o curso no Ciame foi muito proveitoso. “A professora passou muita segurança para este trabalho e também pude ter noções sobre o uso correto de diversas ferramentas que garantem mais qualidade no trabalho, como esterilização de equipamentos, uso de máscara, touca, luvas, etc”, pontua.
Agora a profissional se divide entre os atendimentos no seu salão de beleza e as oficinas que ministra como voluntária no lugar onde tudo começou. Joice dá aulas de automaquiagem no Ciame e repassa todos os seus conhecimentos para que outras jovens também tenham uma profissão e construam um futuro melhor.
Voluntariado BB
O projeto “Inclusão Social e Empoderamento de Jovens e Mulheres”, de autoria do Instituto Bom Pastor, foi selecionado por meio do edital Voluntariado BB em 2018 e recebeu o investimento social de R$ 90 mil. Participam do processo de seleção projetos sociais desenvolvidos por entidades sem fins lucrativos, que têm a atuação de um voluntário e funcionário do Banco do Brasil. A seleção busca apoiar iniciativas que promovam a cidadania, geração de trabalho e renda, cuidado ambiental, educação, cultura, esporte e saúde.
Projeto no interior de Minas garante trabalho de jovens no campo
Iniciativa em Arinos, região Noroeste de Minas Gerais, oferece opções para atuar em hortas comunitárias, apicultura, plantio e processamento de baru, produção de fungicidas e repelentes biológicos
Warllei Oliveira tem 26 anos e um futuro promissor à frente. Técnico agrícola, o morador de Arinos (MG) é visto na região como referência na organização e mobilização das famílias para o manejo correto do extrativismo do baru, fruto típico do cerrado.
Entre 2016 e 2017, ele e outros 29 jovens de 15 a 26 anos receberam incentivo do projeto Juventude Rural para atuar em atividades que estimulassem a permanência do jovem no campo, com melhoria da renda, por meio da diversificação de empreendimentos econômicos voltados à agricultura familiar e de base agroecológica. Os participantes são filhos de agricultores familiares dos municípios de Arinos, Uruana de Minas e Riachinho, região do Urucuia Grande Sertão, no Noroeste de Minas, e estudantes do Instituto Federal Norte de Minas (IFNM) Campus Arinos, com vocação para o trabalho rural. O IFNM colaborou na implantação do projeto e no acompanhamento das atividades produtivas, com auxílio de professores nas atividades de formação, pesquisa e extensão.
O projeto é realizado pela Cooperativa de Agricultura Familiar Sustentável com Base na Economia Solidária (Copabase), em parceria com a Fundação Banco do Brasil, que investiu R$ 200 mil na implantação de cinco hortas comunitárias, uma unidade de processamento de baru e um núcleo de produção de fungicidas e repelentes biológicos. O recurso foi investido também na compra de equipamentos e insumos para uma unidade de produção de mel.
Na oportunidade oferecida pelo projeto, Warllei percebeu uma chance de crescer profissionalmente, assim como melhorar a vida da sua família e daqueles que estavam à sua volta. "Quando a Copabase nos ofereceu a chance de trabalhar no projeto, não tive dúvidas na escolha do baru, porque já tinha uma familiaridade com a cadeia produtiva. Logo em seguida, formei um grupo com seis famílias e me associei à cooperativa”, disse.
Após ingressar na iniciativa, o jovem mineiro contabilizou conquistas pessoais e coletivas. Ajudou a Copabase a aumentar o número de jovens cooperados de 6 para 30 e, com isso, melhorar os resultados em todas as atividades. Em 2017, a cooperativa coletou e comercializou 94 mil quilos de baru, vendidos para os Estados Unidos. A produção de castanha de baru ficou em 10 toneladas, sendo que 80% foram comercializadas para indústrias de alimentos orgânicos da cidade de São Paulo e os 20% restantes passaram por beneficiamento no galpão da cooperativa e vendidas em eventos, feiras e para consumidores finais.
Warllei conta com orgulho que o projeto lhe abriu um leque de possibilidades, com os cursos e capacitações. Ele conseguiu comprar uma chácara de 2 hectares, distante 3 quilômetros da cidade, onde já plantou 160 pés de baru e outras culturas. “Já colhi maracujá e mandioca na minha propriedade. O próximo passo é construir uma casa para tirar meus pais do aluguel”, concluiu.
Parceria de sucesso
Com quase dez anos de existência, a Cooperativa da Agricultura Familiar com Base na Economia Solidaria – COPABASE já executou mais de 25 convênios em parceria com a Fundação Banco do Brasil, com o objetivo de melhorar a vida das famílias. A entidade é constituída por cooperados que são, a maioria, agricultores familiares dos municípios da região do Vale do Rio Urucuia: Arinos, Bonfinópolis, Buritis, Chapada Gaúcha, Formoso, Pintópolis, Riachinho, Urucuia e Uruana de Minas. As atividades consistem principalmente em administrar e gerenciar o funcionamento das unidades de processamento de mel e frutas, além de comercialização e organização da produção de polpas de frutas, mel, baru, óleo de pequi, açúcar mascavo, farinha de mandioca e outros produtos da agricultura familiar.
Juventude Rural
O Juventude Rural surgiu para apoiar projetos de cooperativas e associações que buscam estruturar empreendimentos econômicos de grupos de jovens rurais de 15 a 29 anos. Com a parceira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foram investidos R$ 8 milhões em projetos que estimulem o protagonismo dos jovens do campo, que fortaleçam práticas sustentáveis de cultivo agroecológico e uso da sociobiodiversidade. Ao todo, foram apoiados 48 projetos em todo país, selecionados via edital.
A divulgação deste assunto contempla quatro Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que fazem parte da Agenda da Organização das Nações Unidas com metas para o ano 2030.
Oficina prepara adolescentes de Manaus (AM) para o mercado de trabalho
Fundação BB vai destinar R$70 mil para a aquisição de computadores e para formação em tecnologias da informação e em conhecimentos para o primeiro emprego
No norte do Brasil, muitos jovens optam por abandonar os estudos no intuito de se tornarem independentes ou até mesmo para ajudar no orçamento familiar, ficando à mercê da violência e da exploração do mercado de trabalho informal.
Para reduzir a evasão escolar e contribuir com a inclusão social e a empregabilidade de adolescentes em programas que não atrapalhem os estudos, a Associação para o Desenvolvimento Coesivo da Amazônia (ADCAM) desenvolveu a oficina Quero Ser Aprendiz.
O trabalho agora vai ser reforçado com a implantação de uma sala de informática, construída com o investimento social da Fundação Banco do Brasil. O convênio, assinado nesta sexta-feira (09), faz parte do projeto Voluntários BB/FBB 2016 e vai destinar cerca de R$ 70 mil para a aquisição e instalação de computadores e para formação de 80 adolescentes de Manaus (AM).
O projeto tem como objetivo possibilitar o acesso às novas tecnologias da informação, por meio de cursos de informática e capacitações de conhecimentos, habilidades e atitudes exigidos no mercado de trabalho, como preparatório para programas como o Jovem Aprendiz.
Para que os participantes se desenvolvam melhor nas entrevistas de emprego, o projeto oferece ainda outras atividades como acompanhamento psicossocial, testes vocacionais e oficinas de elaboração de currículo.
Para Simone Sodré, coordenadora de projetos da instituição, a ideia é desenvolver o aspecto profissional dos alunos. “Essa fase da vida é muito complicada, então, o projeto vai ajudar a despertar as capacidades dos adolescentes e fazer com que eles entrem no mercado de trabalho mais preparados, porque eles não tem recursos financeiros para fazer essa preparação.”
Francimara Amaral é jovem aprendiz e destaca como a formação foi importante para sua formação profissional. “Participar desse curso foi muito importante, me ajudou a melhorar minha postura nas entrevistas de emprego e a me sair bem no processo do jovem aprendiz.”
Projeto em Araras (SP) capacita jovens de baixa renda em produção de viveiros de plantas
Convênio com Fundação BB permitirá ampliar produção de hortaliças e mudas nativas na iniciativa que envolve cerca de 250 jovens
A Fundação Banco do Brasil e a Associação de Educação do Homem do Amanhã (Aehda) assinaram convênio para incrementar a produção de hortaliças e mudas nativas para recomposição florestal do Centro Ambiental Sérgio Ieda, em Araras (SP). O projeto prevê a aquisição de implementos agrícolas de pequeno porte como um novo sistema de irrigação, um sulcador sem adubadora e uma enxada rotativa. O investimento social da Fundação BB é de R$ 13 mil e o projeto envolve diretamente 250 participantes.
Com área de 28 hectares, o Centro Ambiental Sérgio Ieda da Aehda promove educação ambiental para jovens em situação de vulnerabilidade social. O Centro desenvolve cerca de 200 espécies de mudas, com capacidade de produção de até 500 mil ao ano. Os jovens são capacitados em conhecimentos ambientais com ênfase em operação e manutenção de viveiros para produção de mudas.
Apresentado pelo aposentado Pedro Donizetti de Souza, o projeto foi selecionado no edital do Voluntariado Integração BB. Educador corporativo da UNIBB em áreas como finanças e negociação, Pedro colocou à disposição da instituição seus conhecimentos e expertise. “Na Aehda, atuei como voluntário na área de educação diversas vezes e, com certeza, atuarei mais ainda. É uma entidade do bem", elogia.
Tecnologia social
Em 2001, o Programa Homem do Amanhã, da Aehda, foi certificado como tecnologia social pela Fundação BB. A iniciativa objetiva contribuir para a ascensão social de jovens de famílias de baixa renda e desenvolver neles a autoestima, o espírito de solidariedade e a consciência de cidadania. A tecnologia social Homem do Amanhã oferece cursos de capacitação profissional para inserção no primeiro emprego. Com isso aumenta as oportunidades desses jovens de acesso a uma boa formação e contato com novas tecnologias.