Para celebrar o dia da Consciência Negra, a Fundação BB apresenta iniciativas que valorizam a cultura negra e contribuem para a geração de renda
Hoje, 20 de novembro, é celebrado o dia da Consciência Negra. A data faz referência à morte de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do Brasil e que fez resistência no período colonial contra a escravidão.
A relevância da data deve-se ao protagonismo dos afro-brasileiros na história do país. O Brasil tem a segunda maior população negra do mundo, aproximadamente 110 milhões, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019 - PNAD. Em números absolutos, o país perde apenas para a Nigéria que tem uma população negra de 190 milhões.
O povo negro tem uma grande importância para formação social, econômica e cultural do país. Segundo dados do Movimento Black Money, 51% dos empreendedores do país são negros e esta população movimenta R$ 1,7 trilhão por ano na economia brasileira.
Autonomia para mulheres negras
Aliando conhecimentos ancestrais e geração de renda, a Fundação Banco do Brasil aportou R$ 350 mil no projeto Sustentabilidade das Comunidades de Matriz Africana, uma parceria com a prefeitura municipal de Teresina (PI). O valor foi investido na aquisição de máquinas e equipamentos para estruturação de 20 ateliês, capacitação de corte, costura e bordado para 20 comunidades de matriz africana, além de consultoria em novos produtos e gestão de empreendimentos solidários. “Conhecer nossa cultura, nossa religião, nossos turbantes, colares, pulseiras; o que há de belo na cultura negra, nos motiva”, afirma Lusineide de Souza uma das mulheres que participaram da capacitação.
As roupas confeccionadas são comercializadas pelas mulheres, como forma de gerar renda e contribuir para a autonomia. No último dia 13/11, o IBGE divulgou o estudo Desigualdades por raça e cor e as mulheres negras estão na base da pirâmide com o rendimento médio de R$ 444,00.
Valorização da Identidade Negra
Uma iniciativa na cidade de São Sebastião, no Distrito Federal, também recebeu apoio no valor de R$ 70 mil da Fundação Banco do Brasil para o resgate e valorização da identidade negra com crianças e adolescentes.
O projeto foi idealizado pela Associação Ludocriarte para atender em torno de 100 jovens utilizando métodos de fixação por meio de músicas, brincadeiras e histórias orais. Além disso, a iniciativa apresenta subsídios para a implementação da lei 11645/2008 que tornou obrigatório o ensino da história afro-brasileira e indígena nas instituições de ensino do país.
Daniel Guedes, 15 anos, destaca que aprender sobre a África no projeto o faz valorizar a ascendência africana e descobrir algo que ele não teve oportunidade de aprender na escola formal. “Eu uso turbante quando estou muito feliz, acho legal e divertido, porque aqui no projeto aprendi de um jeito divertido sobre a minha ancestralidade”, conta.
Preservação Cultural do Jongo
Outra herança do povo negro, para a formação cultural do Brasil foi a criação do Jongo - uma expressão afro-brasileira que agrega dança e percussão, trazidas pelos negros do Congo e de Angola, que se fixaram na região sudeste do Brasil. Devido a importância, o Jongo foi reconhecido como Patrimônio Imaterial do país, título concebido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2005.
Como forma de garantir a preservação do Jongo para as gerações atuais, a Fundação Banco do Brasil aportou aproximadamente R$ 500 mil para atender 400 crianças, adolescentes e jovens do Morro da Serrinha, no Rio de Janeiro.
Desde a implementação do projeto, com a parceria da Associação Grupo Cultural Jongo da Serrinha, a instituição têm oferecido oficinas de capoeira, percussão afro, percussão de samba, teatro, cultura popular e jongo recreação. As atividades ocorrem no contraturno escolar e têm mudado a realidade local e, ao mesmo tempo, incentivado os jovens e as crianças a resgatarem a cultura ancestral.