A comemoração dos 40 anos de criação da Fundação Banco do Brasil, realizada nesta sexta-feira (12) na Casa do Cantador, situada na Ceilândia (DF) reuniu ex-presidentes da instituição, parceiros estratégicos, representantes de movimentos sociais, do governo federal e funcionários. A programação contemplou atividades que trouxeram exemplos concretos de atuação junto a públicos, comunidades e territórios onde problemas locais tiveram soluções criativas, efetivas e difundidas em larga escala no país.
O público presente pode conferir também apresentações dos repentistas Chico Assis e João Santana, do grupo Mamulengo Presepada, da banda Som de Papel, do Coletivo Batalha das Gurias, do Tambor de Crioula do Seu Teodoro e da cantora Ellen Oléria. Houve na programação espaços dedicados a atividades práticas ligadas à reciclagem, cidadania e identidade/raça com as oficinas Som de Papel, SUSTEX Moda e uma específica para a criação de Turbantes.
Legados e Caminhos para os próximos 40 anos
A celebração teve um espaço dedicado aos líderes que marcaram época na Fundação BB e puderam compartilhar momentos marcantes em suas trajetórias de ex-presidentes destacando conquistas, desafios e perspectivas para o futuro.
Kleyton Morais, atual presidente da Fundação Banco do Brasil fez um retrospecto das entregas das gerações anteriores, trouxe uma leitura atual e as perspectivas de futuro institucional. “A gente parte de um legado estruturado e que dá orientação para onde a gente possa seguir acreditando nas pessoas, mobilizando potências nos territórios e promovendo emancipação a partir da democracia participativa. Iremos avançar com as Tecnologias Sociais ampliando a contribuição dos saberes tradicionais pois a defesa da democracia e da vida exige pressa e coragem” afirmou.
Jorge Streit, foi presidente da Fundação BB entre 2010 e 2013, havia trabalhado sete anos na gestão do Jacques (Pena) e destacou a continuação do trabalho com as tecnologias sociais. “Realizamos a reaplicação de 100 mil cisternas de placas com apoio do governo federal/ BNDES, o aprimoramento da área de modelagem de projetos, conexões com o terceiro setor em redes como a RTS (Rede de Tecnologias Sociais) e a parceria com a ASA do Brasil. A ASA é vinculada à iniciativa certificada no Prêmio de 2001 e que foi utilizada nesta política pública. Realizamos também o Prêmio Aprender e Ensinar Tecnologias Sociais junto a professores da rede pública de ensino”.
Jacques Pena, presidiu a Fundação entre 2003 e 2010, destacou que a instituição tem um traço muito grande de continuidade e redescoberta de sua trajetória. “Realizamos a 2ª edição do Prêmio (Fundação BB de Tecnologia Social), em 2003, a temática das tecnologias sociais foi algo que a gente pegou bem plantado, regou muito e cresceu muito. Destaco os Encontros de Jornalistas que nós fizemos com a imprensa do Brasil inteiro e me lembro particularmente das edições no nordeste para tratar o conceito de tecnologia social”.
Heloísa Oliveira, liderou a Fundação BB de 1999 a 2003, destaca o período de criação do conceito e da atuação institucional com as tecnologias sociais. “Eu me lembro de fazer uma relação entre riqueza em determinada localidade e o desenvolvimento de tecnologia e que a gente precisava levar tecnologia onde não havia riqueza monetária, mas havia riqueza de soluções, riqueza de ideias. Surge aí um processo do qual muito me orgulho”.
Conexão, Memória e Ação
A programação de comemoração do aniversário contou também com a roda de conversa Conexão, Memória e Ação com as participações de representantes da Articulação do Semiárido Brasileiro (Asa), da Associação Nacional dos Catadores (Ancat), da Programando o Futuro e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Nesta mesa foram apresentadas experiências e resultados da ação de parceiros da Fundação BB que atuam com segurança hídrica e alimentar; reciclagem de resíduos sólidos; metareciclagem e inclusão digital; e agricultura familiar.
Economia circular e novas economias
As atividades abriram espaço para debater economia circular e novas economias com o compartilhamento das experiências de representantes do Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Instituto Bibli Aspa, da SUSTEX Moda e do Banco Palmas. Nesta atividades foram apresentadas iniciativas dedicadas à Fitoterapia, ao trabalho de cidadania junto a imigrantes, sustentabilidade no campo da moda e vestuário; e o desenvolvimento local por meio de bancarização e moeda solidária.
Um convite à continuidade
Essa comemoração é um convite à continuidade e um chamado para reafirmar o compromisso com um Brasil mais humano, inclusivo e solidário. Porque, ao longo de quarenta anos, a Fundação Banco do Brasil mostrou que quando se investe em pessoas, o retorno é coletivo — e o impacto, duradouro. Ao apoiar projetos sociais, a Fundação ajudou a revelar talentos invisibilizados, a transformar dificuldades em possibilidades e a construir caminhos mais justos e sustentáveis.
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