Entre os dias 1º e 3 de outubro, a cidade de Belém, no Pará, sedia o V Encontro das Catadoras e dos Catadores da Amazônia Legal (ECAL), que reúne lideranças de cooperativas e associações dos nove estados da região, além de representantes dos governos federal, estadual e municipal. Pela primeira vez realizado na capital paraense, o evento ganha ainda mais relevância diante do papel de Belém como sede da COP30, previsto para ocorrer em novembro deste ano, quando a Amazônia estará no centro das discussões globais sobre clima e sustentabilidade.
“O ECAL é realizado de forma aleatória nos estados que compõem a Amazônia Legal. Já que a COP vai ser em Belém, achamos importante fazer o encontro aqui este ano, e mostrar a capacidade de organização dos catadores e catadoras de materiais recicláveis, mostrar as dificuldades, trazer toda essa problemática que existe na nossa região, e fazer ecoar o nosso grito, ele não pode ficar só dentro de um evento”, explicou Irineide Lima, coordenadora geral do evento e catadora de material reciclável.
O presidente da Fundação Banco do Brasil, Kleytton Morais, marcou presença na mesa de abertura do V ECAL, realizada na tarde de quarta-feira (01), no auditório central da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), no bairro do Marco, ao lado dos demais parceiros do evento e de representantes das instituições e dos órgãos envolvidos.
“Estamos reunidos, aqui em Belém, para pensar o desafio logístico dessa região. Precisamos falar da centralidade dos catadores e catadoras para as equações de economia circular, sustentabilidade e meio ambiente”, destacou Kleytton Morais.
O V ECAL promove debates, formações e articulações em defesa da categoria, ampliando a visibilidade do trabalho dos catadores e reforçando sua importância na construção de um modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável para a Amazônia.
“É um evento importante, inclusive com a COP, que está chegando aí. É fundamental os catadores se organizarem, se prepararem para ser o centro, de fato, desse debate pois, quando a gente fala da gestão dos resíduos, não tem como não ter os catadores de materiais reciclados nesse processo, porque são responsáveis por 90% de toda a coleta desses materiais que voltam para o ciclo da reciclagem ou da economia circular. É o momento, também, de fortalecer parcerias históricas, como a que temos como a Fundação Banco do Brasil e outras instituições, para nos sentarmos a mesa e poder avançar nos processos deste trabalho”, disse Roberto Rocha, presidente da Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT).
Além de discutir políticas públicas para a categoria, o ECAL tem o objetivo de dar visibilidade ao papel dos catadores e das catadoras na educação ambiental, na logística reversa e no avanço da reciclagem no país. Em especial, nos estados que compõem a Amazônia Legal.
O presidente da União Nacional dos Catadores (Unicatadores) e liderança do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Luiz Henrique Silva, destacou a importância de trazer para pauta as dificuldades comuns que existem no trabalho e na organização de catadoras e catadores dos estados da Amazônia Legal, do ponto de vista logístico, cultural e econômico, como uma forma de pensar em soluções.
“Existem problemas comuns, porque vivemos em uma região muito complexa do ponto de vista logístico. E juntar estas pessoas, representantes de cada um desses estados, tem dado oportunidade para direcionarmos e solucionarmos os problemas da região. A Fundação Banco do Brasil tem feito a escuta de diferentes regiões e foi estratégica neste encontro. É uma instituição que reconhece o protagonismo da categoria no Brasil. Encontros como este funcionam como um divisor de água na vida destes profissionais”, disse Luiz.
Encontro das Catadoras e dos Catadores da Amazônia Legal
A Fundação Banco do Brasil é uma das instituições parceiras e está presente no evento desde 2013, quando foi realizado o I ECAL, em Manaus.
“A Fundação BB é a única que está com a gente desde o primeiro encontro. Por isso, ela é uma parceira de prestígio, porque acredita na nossa luta, na nossa causa e na nossa organização”, ressaltou Irineide Lima.
Além de participante do evento, a Fundação BB apoia projetos e contribui em iniciativas que promovem a representatividade e o fortalecimento da categoria, como o Comitê Interministerial para Inclusão Socioeconômica de Catadoras e Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis (CIISC).
”É uma pauta extensa, mas necessária e fundamental, para que a gente verdadeiramente pense em sustentabilidade com inclusão no Brasil”, reforçou Kleytton Morais, presidente da Fundação BB.
O Encontro em Belém é coordenado rela RECAL – Rede de Catadores e Catadoras da Amazônia Legal.
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